segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reino Unido vai fundar banco “verde”

O governo britânico divulgou ontem planos para criar o primeiro banco de investimento “verde” com apoio estatal do mundo – uma plataforma política essencial na transição do país para uma economia de baixa emissão de gás carbônico.
O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, disse que o banco começará a funcionar em abril e de início se concentrará em investimentos em áreas como energia eólica na plataforma continental, tratamento de lixo e eficiência energética não residencial.
O banco será capitalizado com injeção inicial de 3 bilhões de libras esterlinas (US$ 4,8 bilhões) dos cofres do Tesouro britânico, mas terá independência do órgão e poderá captar nos mercados de capitais e do setor privado a partir de 2015.
Clegg disse esperar que o banco invista cerca de 15 bilhões de libras na economia “verde” nos próximos quatro anos.
“O banco tem por objetivo servir de ponte entre o capital de risco e a economia verde, fornecer investimento para financiar infraestrutura de baixa emissão de carbono e preparar as fundações para crescimento equilibrado de longo prazo”, afirmou Clegg, líder do partido Liberal Democrata, que integra a coalizão de governo liderada pelos conservadores.
“Em menos de dois anos, o banco de investimento verde passará de [apenas] uma ideia a [uma fonte de] fluxos de investimento e crescerá rapidamente para tornar-se uma instituição independente de investimento e, então, de captação”, acrescentou, destacando que a instituição representa “um compromisso político extraordinário”, em um momento no qual o governo corta bilhões de dólares em gastos para reduzir a pesada dívida nacional.

Londres adota meta ambiciosa de emissões

O Reino Unido se comprometeu a adotar um conjunto ambicioso de metas para reduzir as emissões de gases associados ao aquecimento global, mas disse que irá rever suas promessas se medidas deixarem os britânicos fora de sintonia com outros países da União Europeia.
Chris Huhne, secretário de Energia, disse que até 2027 o objetivo é reduzir à metade as emissões de gases de efeito estufa em relação ao que era registrado em 1990. As emissões já caíram 27% desde 1990, em parte devido à recessão.
O compromisso, que tem força de lei, coloca o Reino Unido à frente de muitos países desenvolvidos, inclusive da UE, que até agora comprometeu-se, até 2020, a um corte de 20% nas emissões a partir dos níveis de 1990.
Cedendo a entidades representativas de setores da economia para os quais as metas criam o risco de as empresas britânicas tornarem-se menos competitivas, Huhne esboçou o que alguns chamaram de “botão de emergência”: um compromisso no sentido de reavaliar as metas no início de 2014 para verificar como elas se comparam com as metas de emissões da UE.
“Se nesse momento nossas metas nacionais nos colocarem em trajetória de emissões distinta da trajetória do sistema de comercialização de emissões acordadas pela UE, então, conforme apropriado, reveremos o nosso orçamento para alinhá-lo com a trajetória real da UE”, disse ele.
Além disso, Huhne prometeu que antes do fim do ano o governo anunciará medidas para ajudar os setores que usam energia de maneira intensa a ajustarem-se à “adoção de práticas industriais de baixo carbono”.
Mas alguns analistas dizem que mudanças muito maiores podem ser necessárias.

Palha no solo de canavial reduz emissões de CO2, diz pesquisa

Em tempos em que até show de rock tenta reduzir as emissões de gás carbônico, um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal diz que deixar a palha no solo dos canaviais minimiza as emissões de CO2.
A pesquisa fez medições em um canavial no interior de São Paulo, com a ajuda de um aparelho que detecta as variações de CO2.
No experimento, a plantação foi dividida em três áreas”"uma coberta com 100% de palha, outra com metade e a terceira com o chão nu.
A conclusão é que as áreas cobertas com palha emitiram 400 quilos menos carbono, o que corresponde a quase 1.500 kg de CO2. Isso significa uma redução de cerca de 20% nas emissões, comparadas à área sem palha.
O cálculo considera as emissões do diesel usado pelas máquinas no campo, dos fertilizantes sintéticos e do calcário aplicado na terra.
Colheitadeira trabalha em lavoura de cana forrada com a palha da planta em fazenda de Pontal, no interior de SP
A tese de Newton La Scala Júnior, coordenador do trabalho, é que, mantendo a palha no chão, o produtor pode compensar as emissões.
“O que não sabíamos é que a simples retirada da palha causa emissões tão altas de CO2″, diz o cientista.
Na prática, a palha tem sido cada vez mais usada para a cogeração de energia.
Em geral, as usinas que fazem cogeração usam cerca de 70% da palha do chão para transformá-la energia, de acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).
Além disso, lavouras que não geram energia, mas ficam em lugares que têm muita umidade, normalmente retiram toda a palha do solo.
No experimento, o chão forrado com 100% de palha e com metade desse material deixaram de emitir quantidade semelhante de CO2.
Mas, na opinião de La Scala, o ideal é deixar toda a palha, pois com o tempo o solo pode ficar descoberto.

Reino Unido vai fundar banco “verde”

O governo britânico divulgou ontem planos para criar o primeiro banco de investimento “verde” com apoio estatal do mundo – uma plataforma política essencial na transição do país para uma economia de baixa emissão de gás carbônico.
O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, disse que o banco começará a funcionar em abril e de início se concentrará em investimentos em áreas como energia eólica na plataforma continental, tratamento de lixo e eficiência energética não residencial.
O banco será capitalizado com injeção inicial de 3 bilhões de libras esterlinas (US$ 4,8 bilhões) dos cofres do Tesouro britânico, mas terá independência do órgão e poderá captar nos mercados de capitais e do setor privado a partir de 2015.
Clegg disse esperar que o banco invista cerca de 15 bilhões de libras na economia “verde” nos próximos quatro anos.
“O banco tem por objetivo servir de ponte entre o capital de risco e a economia verde, fornecer investimento para financiar infraestrutura de baixa emissão de carbono e preparar as fundações para crescimento equilibrado de longo prazo”, afirmou Clegg, líder do partido Liberal Democrata, que integra a coalizão de governo liderada pelos conservadores.
“Em menos de dois anos, o banco de investimento verde passará de [apenas] uma ideia a [uma fonte de] fluxos de investimento e crescerá rapidamente para tornar-se uma instituição independente de investimento e, então, de captação”, acrescentou, destacando que a instituição representa “um compromisso político extraordinário”, em um momento no qual o governo corta bilhões de dólares em gastos para reduzir a pesada dívida nacional.

Londres adota meta ambiciosa de emissões

O Reino Unido se comprometeu a adotar um conjunto ambicioso de metas para reduzir as emissões de gases associados ao aquecimento global, mas disse que irá rever suas promessas se medidas deixarem os britânicos fora de sintonia com outros países da União Europeia.
Chris Huhne, secretário de Energia, disse que até 2027 o objetivo é reduzir à metade as emissões de gases de efeito estufa em relação ao que era registrado em 1990. As emissões já caíram 27% desde 1990, em parte devido à recessão.
O compromisso, que tem força de lei, coloca o Reino Unido à frente de muitos países desenvolvidos, inclusive da UE, que até agora comprometeu-se, até 2020, a um corte de 20% nas emissões a partir dos níveis de 1990.
Cedendo a entidades representativas de setores da economia para os quais as metas criam o risco de as empresas britânicas tornarem-se menos competitivas, Huhne esboçou o que alguns chamaram de “botão de emergência”: um compromisso no sentido de reavaliar as metas no início de 2014 para verificar como elas se comparam com as metas de emissões da UE.
“Se nesse momento nossas metas nacionais nos colocarem em trajetória de emissões distinta da trajetória do sistema de comercialização de emissões acordadas pela UE, então, conforme apropriado, reveremos o nosso orçamento para alinhá-lo com a trajetória real da UE”, disse ele.
Além disso, Huhne prometeu que antes do fim do ano o governo anunciará medidas para ajudar os setores que usam energia de maneira intensa a ajustarem-se à “adoção de práticas industriais de baixo carbono”.
Mas alguns analistas dizem que mudanças muito maiores podem ser necessárias.

Palha no solo de canavial reduz emissões de CO2, diz pesquisa

Em tempos em que até show de rock tenta reduzir as emissões de gás carbônico, um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal diz que deixar a palha no solo dos canaviais minimiza as emissões de CO2.
A pesquisa fez medições em um canavial no interior de São Paulo, com a ajuda de um aparelho que detecta as variações de CO2.
No experimento, a plantação foi dividida em três áreas”"uma coberta com 100% de palha, outra com metade e a terceira com o chão nu.
A conclusão é que as áreas cobertas com palha emitiram 400 quilos menos carbono, o que corresponde a quase 1.500 kg de CO2. Isso significa uma redução de cerca de 20% nas emissões, comparadas à área sem palha.
O cálculo considera as emissões do diesel usado pelas máquinas no campo, dos fertilizantes sintéticos e do calcário aplicado na terra.
Colheitadeira trabalha em lavoura de cana forrada com a palha da planta em fazenda de Pontal, no interior de SP
A tese de Newton La Scala Júnior, coordenador do trabalho, é que, mantendo a palha no chão, o produtor pode compensar as emissões.
“O que não sabíamos é que a simples retirada da palha causa emissões tão altas de CO2″, diz o cientista.
Na prática, a palha tem sido cada vez mais usada para a cogeração de energia.
Em geral, as usinas que fazem cogeração usam cerca de 70% da palha do chão para transformá-la energia, de acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).
Além disso, lavouras que não geram energia, mas ficam em lugares que têm muita umidade, normalmente retiram toda a palha do solo.
No experimento, o chão forrado com 100% de palha e com metade desse material deixaram de emitir quantidade semelhante de CO2.
Mas, na opinião de La Scala, o ideal é deixar toda a palha, pois com o tempo o solo pode ficar descoberto.

Bioeletricidade vai ter fatia maior na matriz energética

Embora a oferta de energia renovável tenha aumentado razoavelmente entre 2000 e 2010, período em que a participação dessa fonte passou de 41% para 48% – os restantes 52% ainda são de energia não renovável -, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que essa fatia ficará nesse patamar nos próximos nove anos. Mesmo assim, a expansão (contratada mais planejada) de fontes alternativas entre 2010 e 2019, em termos de acréscimo de potência instalada, está estimada em 14.655 MW, o equivalente a pouco mais de três usinas hidrelétricas de Belo Monte.
Desse total, 5.400 MW (37%) devem vir da geração de biomassa, superando a da eólica (36%) e a das PCH (27%), de acordo com estimativas apontadas no último Plano Decenal de Energia do governo. Isso quer dizer que o momento parece ser favorável para atrair investidores de peso para a geração de energia de biomassa, principalmente de bagaço de cana de açúcar. Mas a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) avalia que o momento aponta apenas para reformas e modernizações de usinas existentes, e não para novos projetos, já que isso exigiria soluções urgentes para uma série de entraves relacionados à conexão, à sustentabilidade e a questões fiscais e de financiamento.
Atualmente, das 434 usinas de açúcar e de álcool em operação no país, apenas 100 (23%) exportam energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN). Em São Paulo, Estado mais importante no cenário sucroalcooleiro, esse percentual é um pouco maior. De 182 usinas, 54 (30%) exportam sua energia ao sistema. “Ainda é muito pouco, diante do que poderia ser produzido e exportado”, avalia Zilmar José de Souza, assessor de Bioeletricidade da Unica. A própria EPE reconhece que, em relação ao volume total de bagaço produzido no Brasil, a quantidade de energia elétrica excedente comercializada a partir desse insumo ainda é muito pequena.

Energia renovável vira negócio de grandes investidores

Brasil registra 2 ciclos de expansão da geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis. O primeiro, no final dos anos 90, foi baseado em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O segundo, em curso, caracteriza-se pela expansão dos parques eólicos. Além das fontes, conjuntura econômica e mecanismos de formação de preços distinguem um ciclo e outro, determinando, inclusive, o perfil do investidor.
As PCHs foram erguidas em um período de refluxo na construção das hidrelétricas de médio e grande porte, que perderam sua atratividade para os grandes investidores em função das dificuldades na obtenção de licenciamento e da pressão da opinião pública contra o impacto socioambiental. Nesse vácuo, entraram os pequenos empreendedores estimulados pela garantia de venda da produção para o programa federal ProInfa, pelo qual a Eletrobrás adquiria, por um preço prefixado e subsidiado, a energia elétrica produzida. O Proinfa também era válido para as demais fontes renováveis, mas à época as eólicas tinham baixa competitividade em função do alto custo dos equipamentos e do pouco conhecimento existente no País sobre o regime dos ventos. Ambos aumentavam significativamente o risco econômico/financeiro dos projetos e coibiam a obtenção de financiamentos.
Nos últimos dois anos, porém, houve sensível alteração na conjuntura. A partir da crise econômica de 2009, o preço dos equipamentos para eólicas, que já estava em declínio em função do avanço tecnológico (que permitiu a produção em escala), recuou significativamente. Isso porque um dos desdobramentos da crise foi a redução do ritmo de construção de parques eólicos nos EUA e países europeus – o que provocou a retração da demanda pelos equipamentos. Esse movimento não beneficiou as PCHs, que têm na construção civil o maior item de custo.

Transição para uma economia verde

A transição para uma economia verde, de baixo carbono e uso eficiente dos recursos naturais, virou uma prioridade central dos esforços internacionais em busca do desenvolvimento sustentável, em um século 21 em processo de transformação acelerada.
Governos vão se reunir novamente no próximo ano, no Brasil, 20 anos após a Cúpula da Terra do Rio-1992, em meio a uma paisagem de desafios persistentes e emergentes e contra o pano de fundo de crises recentes e atuais, que em parte são desencadeadas pela maneira como administramos os recursos naturais finitos, ou, melhor, como deixamos de administrá-los.
Uma economia verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, é um dos dois temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-2012, a chamada Rio+20.
O engajamento do Brasil será crucial para moldar a ambição internacional para a Rio+20, ao mesmo tempo em que destacará a experiência do próprio país, desde sua economia à base de etanol até a gestão aprimorada dos patrimônios baseados na natureza, incluindo a Amazônia.
O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) afirma que uma economia verde é do interesse de todos os países -os ricos e os menos ricos, os desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento, os de economia estatal ou de mercado. Recentemente, o Pnuma lançou “Uma Transição para uma Economia Verde”, e fui solicitado a compartilhar as conclusões do relatório em um encontro extraordinário das comissões ambientais do Senado e da Câmara do Brasil em 26 de abril.
O relatório sugere que o investimento de 2% do PIB global por ano -ou seja, cerca de US$ 1,3 trilhão- em dez setores-chave poderia deslanchar uma transição econômica verde, desde que o investimento fosse apoiado por políticas e medidas públicas inteligentes. O financiamento poderia vir em parte do término gradual de subsídios “prejudiciais”, algo perto de US$ 1 trilhão, cobrindo desde combustíveis fósseis até fertilizantes e pesca.
O estudo sobre a economia verde destaca países em que já há transições em curso, como a República da Coreia e Uganda.
Em 2011, a capacidade instalada de fotovoltaicos provavelmente será de 50 GW -o equivalente a 50 reatores nucleares-, em países que vão de Bangladesh e Marrocos a Alemanha e Emirados Árabes.

Bioeletricidade vai ter fatia maior na matriz energética

Embora a oferta de energia renovável tenha aumentado razoavelmente entre 2000 e 2010, período em que a participação dessa fonte passou de 41% para 48% – os restantes 52% ainda são de energia não renovável -, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que essa fatia ficará nesse patamar nos próximos nove anos. Mesmo assim, a expansão (contratada mais planejada) de fontes alternativas entre 2010 e 2019, em termos de acréscimo de potência instalada, está estimada em 14.655 MW, o equivalente a pouco mais de três usinas hidrelétricas de Belo Monte.
Desse total, 5.400 MW (37%) devem vir da geração de biomassa, superando a da eólica (36%) e a das PCH (27%), de acordo com estimativas apontadas no último Plano Decenal de Energia do governo. Isso quer dizer que o momento parece ser favorável para atrair investidores de peso para a geração de energia de biomassa, principalmente de bagaço de cana de açúcar. Mas a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) avalia que o momento aponta apenas para reformas e modernizações de usinas existentes, e não para novos projetos, já que isso exigiria soluções urgentes para uma série de entraves relacionados à conexão, à sustentabilidade e a questões fiscais e de financiamento.
Atualmente, das 434 usinas de açúcar e de álcool em operação no país, apenas 100 (23%) exportam energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN). Em São Paulo, Estado mais importante no cenário sucroalcooleiro, esse percentual é um pouco maior. De 182 usinas, 54 (30%) exportam sua energia ao sistema. “Ainda é muito pouco, diante do que poderia ser produzido e exportado”, avalia Zilmar José de Souza, assessor de Bioeletricidade da Unica. A própria EPE reconhece que, em relação ao volume total de bagaço produzido no Brasil, a quantidade de energia elétrica excedente comercializada a partir desse insumo ainda é muito pequena.

Energia renovável vira negócio de grandes investidores

Brasil registra 2 ciclos de expansão da geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis. O primeiro, no final dos anos 90, foi baseado em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O segundo, em curso, caracteriza-se pela expansão dos parques eólicos. Além das fontes, conjuntura econômica e mecanismos de formação de preços distinguem um ciclo e outro, determinando, inclusive, o perfil do investidor.
As PCHs foram erguidas em um período de refluxo na construção das hidrelétricas de médio e grande porte, que perderam sua atratividade para os grandes investidores em função das dificuldades na obtenção de licenciamento e da pressão da opinião pública contra o impacto socioambiental. Nesse vácuo, entraram os pequenos empreendedores estimulados pela garantia de venda da produção para o programa federal ProInfa, pelo qual a Eletrobrás adquiria, por um preço prefixado e subsidiado, a energia elétrica produzida. O Proinfa também era válido para as demais fontes renováveis, mas à época as eólicas tinham baixa competitividade em função do alto custo dos equipamentos e do pouco conhecimento existente no País sobre o regime dos ventos. Ambos aumentavam significativamente o risco econômico/financeiro dos projetos e coibiam a obtenção de financiamentos.
Nos últimos dois anos, porém, houve sensível alteração na conjuntura. A partir da crise econômica de 2009, o preço dos equipamentos para eólicas, que já estava em declínio em função do avanço tecnológico (que permitiu a produção em escala), recuou significativamente. Isso porque um dos desdobramentos da crise foi a redução do ritmo de construção de parques eólicos nos EUA e países europeus – o que provocou a retração da demanda pelos equipamentos. Esse movimento não beneficiou as PCHs, que têm na construção civil o maior item de custo.

Transição para uma economia verde

A transição para uma economia verde, de baixo carbono e uso eficiente dos recursos naturais, virou uma prioridade central dos esforços internacionais em busca do desenvolvimento sustentável, em um século 21 em processo de transformação acelerada.
Governos vão se reunir novamente no próximo ano, no Brasil, 20 anos após a Cúpula da Terra do Rio-1992, em meio a uma paisagem de desafios persistentes e emergentes e contra o pano de fundo de crises recentes e atuais, que em parte são desencadeadas pela maneira como administramos os recursos naturais finitos, ou, melhor, como deixamos de administrá-los.
Uma economia verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, é um dos dois temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-2012, a chamada Rio+20.
O engajamento do Brasil será crucial para moldar a ambição internacional para a Rio+20, ao mesmo tempo em que destacará a experiência do próprio país, desde sua economia à base de etanol até a gestão aprimorada dos patrimônios baseados na natureza, incluindo a Amazônia.
O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) afirma que uma economia verde é do interesse de todos os países -os ricos e os menos ricos, os desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento, os de economia estatal ou de mercado. Recentemente, o Pnuma lançou “Uma Transição para uma Economia Verde”, e fui solicitado a compartilhar as conclusões do relatório em um encontro extraordinário das comissões ambientais do Senado e da Câmara do Brasil em 26 de abril.
O relatório sugere que o investimento de 2% do PIB global por ano -ou seja, cerca de US$ 1,3 trilhão- em dez setores-chave poderia deslanchar uma transição econômica verde, desde que o investimento fosse apoiado por políticas e medidas públicas inteligentes. O financiamento poderia vir em parte do término gradual de subsídios “prejudiciais”, algo perto de US$ 1 trilhão, cobrindo desde combustíveis fósseis até fertilizantes e pesca.
O estudo sobre a economia verde destaca países em que já há transições em curso, como a República da Coreia e Uganda.
Em 2011, a capacidade instalada de fotovoltaicos provavelmente será de 50 GW -o equivalente a 50 reatores nucleares-, em países que vão de Bangladesh e Marrocos a Alemanha e Emirados Árabes.

Rio ganhará aterro de padrão internacional

Em até dois meses, a cidade do Rio começará a dar destino adequado às 9 mil toneladas de lixo que produz por dia. Com o início parcial da operação do aterro sanitário de Seropédica, a 60 quilômetros da capital fluminense, o município terá instalações próprias para o acúmulo de resíduos, com sete camadas de impermeabilização do solo e mecanismos de geração de energia a partir de gás.
A instalação do novo aterro se arrastou por oito anos, em uma batalha pela escolha do local, concessão de licenças e criação de uma estrutura de segurança de padrão internacional.
Segundo a prefeitura do Rio, não há risco de contaminação de lençóis freáticos. “Vamos gastar de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões por ano para dar essa solução ao lixo do Rio, mas é um investimento ambientalmente correto”, disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Cerca de 300 sensores vão identificar vazamentos. O chorume (líquido tóxico gerado pela decomposição do lixo) será tratado e dará origem a água de reúso, com aplicação em processos industriais. A vida útil prevista do aterro é de até 25 anos.
Apesar de o sistema ser considerado adequado, o professor Claudio Mahler (Coppe/UFRJ) afirma que o Brasil ainda precisa recuperar 20 anos de atraso no aprimoramento da gestão de resíduos. “Países europeus já estão começando a abandonar a tecnologia de aterro, ao ampliarem técnicas de reciclagem, compostagem e geração de energia.” Segundo o IBGE, só 27,7% das cidades brasileiras depositam seu lixo em aterros adequados.
Com o centro de Seropédica, o aterro de Gramacho, em Duque de Caxias – inadequado e saturado – será fechado. O novo aterro será administrado por um consórcio que gastou R$ 400 milhões para a construção e prevê despesas de R$ 100 milhões por ano com a operação.

Rio ganhará aterro de padrão internacional

Em até dois meses, a cidade do Rio começará a dar destino adequado às 9 mil toneladas de lixo que produz por dia. Com o início parcial da operação do aterro sanitário de Seropédica, a 60 quilômetros da capital fluminense, o município terá instalações próprias para o acúmulo de resíduos, com sete camadas de impermeabilização do solo e mecanismos de geração de energia a partir de gás.
A instalação do novo aterro se arrastou por oito anos, em uma batalha pela escolha do local, concessão de licenças e criação de uma estrutura de segurança de padrão internacional.
Segundo a prefeitura do Rio, não há risco de contaminação de lençóis freáticos. “Vamos gastar de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões por ano para dar essa solução ao lixo do Rio, mas é um investimento ambientalmente correto”, disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Cerca de 300 sensores vão identificar vazamentos. O chorume (líquido tóxico gerado pela decomposição do lixo) será tratado e dará origem a água de reúso, com aplicação em processos industriais. A vida útil prevista do aterro é de até 25 anos.
Apesar de o sistema ser considerado adequado, o professor Claudio Mahler (Coppe/UFRJ) afirma que o Brasil ainda precisa recuperar 20 anos de atraso no aprimoramento da gestão de resíduos. “Países europeus já estão começando a abandonar a tecnologia de aterro, ao ampliarem técnicas de reciclagem, compostagem e geração de energia.” Segundo o IBGE, só 27,7% das cidades brasileiras depositam seu lixo em aterros adequados.
Com o centro de Seropédica, o aterro de Gramacho, em Duque de Caxias – inadequado e saturado – será fechado. O novo aterro será administrado por um consórcio que gastou R$ 400 milhões para a construção e prevê despesas de R$ 100 milhões por ano com a operação.

Australiana Mirabela investe US$ 800 mi em níquel no Brasil

A Mirabela Mineração do Brasil, subsidiária do grupo empresarial australiano Mirabela Nickel, começa a exportar o primeiro carregamento de 8 mil toneladas de concentrado de níquel. O destino é uma unidade finlandesa da multinacional russa Norilsk, a maior produtora de níquel do mundo. A carga, avaliada em US$ 30 milhões, foi embarcada esta semana pelo porto do Malhado, em Ilhéus, na Bahia, a 140 quilômetros da mina de níquel de Santa Rita, de propriedade da empresa. Até agora, os fundos de investimentos estrangeiros que controlam a matriz, entre eles o Perpetual e um fundo do JPMorgan, já investiram US$ 800 milhões no empreendimento.
O diretor-presidente da Mirabela do Brasil, Luis Carlos Nepomuceno, que teve passagens pela Vale e pela Magnesita, disse ao Valor que no momento está sendo concluido o investimento de implantação e operação da mina e a construção da unidade de beneficiamento para produzir o concentrado. “Até 2012 a Mirabela deverá estar produzindo 25 mil toneladas de níquel contido. O metal é produzido a partir das reservas de níquel sulfetado de Santa Rita.”
Segundo Nepomuceno, só há dois tipos de níquel no mundo: o laterítico e o sulfetado. O último é o mais raro e mais interessante, economicamente, porque o investimento é mais baixo e o custo de produção também, pois o processo para obter o concentrado é mais simples do que o laterítico.
“A mina a céu aberto da Mirabela é a maior descoberta de níquel sulfetado do mundo nos últimos 20 anos, desde a Voyce’s Bay, da Vale Inco, no Canadá”, informou o executivo. Com reservas provadas somando 120 milhões de toneladas de níquel sulfetado, Santa Rita tem vida útil de pelo menos 20 anos, o que a coloca como a segunda maior do mundo neste ranking, depois da mina da Vale Inco. No Brasil, além do projeto Mirabela, o níquel sulfetado é produzido também na mina da Votorantim, em Fortaleza de Minas (Minas Gerais), e na mina da Americana do Brasil, em Goiás.
Com 28 anos de experiência em atividade mineradora, Nepomuceno desenha um cenário otimista para o produto. “O mundo hoje tem uma demanda forte pelo concentrado de níquel. O metal é matéria prima para fazer o níquel refinado, usado principalmente na siderurgia. “Todo tipo de aço que não pode ter corrosão leva níquel, como o aço inox.”

Plano nacional deve sair no fim do ano

Júlio Kettelhut: PNRH revisado deverá incluir um elenco de cerca de 50 ações prioritárias, conforme indicado pelas oficinas regionais já realizadas
Em fase de revisão desde a segunda metade do ano passado, quando foi realizada uma primeira bateria de oficinas regionais para discussão das diretrizes que deverão ser aplicadas ao setor entre 2012 e 2015, o novo Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) deverá sair do forno no final deste ano, segundo expectativa do diretor de recursos hídricos e ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA), Júlio Thadeu Silva Kettelhut.
As 12 oficinas promovidas pelo ministério entre agosto e outubro de 2010 permitiram o levantamento das demandas e a coleta de informações sobre as regiões hidrográficas em todo o país. Os dados passam agora a ser organizados e sistematizados por consultores especialmente contratados pelo MMA. A fase seguinte, prevista para este ano, inclui a realização de dois grandes seminários nacionais e duas oficinas, incluindo uma final, para consolidação do PNRH, previstos para João Pessoa, Brasília e Fortaleza. Na pauta, questões como as relações entre água e desenvolvimento econômico, mudanças climáticas e seus impactos sobre os recursos hídricos, vazão ecológica e ecorregiões aquáticas – conceitos sugeridos pela The Nature Conservancy (TNC), nos dois últimos casos.
“Estamos trabalhando os conceitos de vazão ambiental, ecorregiões e pegada hídrica com o MMA há dois anos”, ressalta o coordenador de estratégias para água doce da TNC no Brasil, Albano Araújo. Um dos propósitos é o de estabelecer uma política de vazão ambiental para todo o país, prescrevendo os limites de interferência e de vazão que deverão ser aplicados a cada bacia hidrográfica, de forma a minimizar impactos sobre os ecossistemas regionais.
“Quando você constrói uma barragem ou realiza qualquer interferência num curso d’água, isso altera o regime de vazões, com a liberação de mais águas nas secas e de menor volume no período de chuvas, trazendo consequências devastadoras sobre os ecossistemas”, observa Araújo. Em articulação com o MMA, a TNC sugere que sejam estabelecidos limites de vazão para todas as regiões hidrográficas, a partir da consolidação de um hidrograma aplicável às diversas épocas do ano.

Iniciativas da indústria já diminuem o desperdício

Passeto: “País movimenta 100 milhões de toneladas de entulho por ano e 20 vezes mais desse volume de água
Acusados de serem os maiores desperdiçadores de água do país, setores da indústria já se conscientizaram dos danos provocados ao meio ambiente, e correm atrás de soluções para abrandar o problema. Entidades de classe investem em pesquisas, novas tecnologias, criam manuais de boas práticas, indicadores de rentabilidade e disseminam experiências bem-sucedidas aos seus associados na tentativa de estancar perdas.
A busca de parceria com órgãos governamentais também tem sido uma das ferramentas para diminuir o excesso de consumo. E nem sempre reduzir o uso de água significa ter de investir muito. Às vezes soluções simples já evitam abusos. Substituir as tradicionais torneiras de abrir e fechar pelas de válvula automática, adotar técnicas de reúso e até desenvolver uma nova fórmula para goma – insumo usado na fabricação de tecidos – pode gerar economia relevante.
“O setor têxtil, apesar de consumir muita água, é uma das indústrias que mais adotam o reúso, e saiu na frente ao criar uma cultura de medição de indicadores ambientais de desempenho”, garante Eduardo San Martin, diretor de meio ambiente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral (Sinditêxtil/SP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Em parceria com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, no âmbito da Câmara Ambiental do Setor Têxtil, i sindicato criou um manual explicativo há quase uma década para a obtenção e aplicação de dados, a fim de quantificar e qualificar o desempenho ecológico das indústrias. “Com a adoção de uma cultura de medição de indicadores é possível construir uma visão de futuro, aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos”, comenta.

Acordo prevê bioquerosene para aviões nesta década

A parceria que Brasil e Estados Unidos estão firmando para o desenvolvimento e a produção de biocombustível especificamente para uso na aviação civil é fruto de uma ação que envolve algumas das maiores empresas dos dois países. Os resultados concretos dessas pesquisas – isto é, a fabricação e o uso em escala mundial – podem chegar ao mercado ainda nesta década.
“A perspectiva é de começo de produção em escala global em médio prazo, entre os próximos cinco a dez anos”, explicou Guilherme Freire, diretor de Meio Ambiente da Embraer.
A fabricante brasileira de aviões participa de uma das pesquisas mais avançadas na produção de biocombustível para aviação. Além da Embraer, o projeto envolve no Brasil a Azul Linhas Aéreas – companhia do empresário David Neeleman que opera no Brasil desde 2008 – e, nos Estados Unidos, a Amyris (empresa do setor de biotecnologia com sede da Califórnia) e a General Electric (GE), gigante americana do setor elétrico.
O trabalho conjunto das empresas prevê o voo experimental de um jato E-Jet no primeiro semestre de 2012. O projeto consiste no desenvolvimento de tecnologia de produção de bioquerosene para aviação a partir da fermentação da sacarose – proveniente da palha e da ponta de cana-de-açúcar, do milho e de outras fontes vegetais.
Outra experiência prestes a receber a certificação internacional envolve a transformação de biomassa – pinhão-manso, camelina, babaçu e alga marinha – em bioquerosene. A dificuldade da aplicação dessa tecnologia está na necessidade de produção em escala dessas fontes de biomassa. Em princípio, Estados Unidos e Brasil poderão atuar juntos nesse campo, com apoio dos respectivos governos.
Acordo. O anúncio dessa parceria específica para o setor de aviação civil estará amparado pelo Memorando de Entendimento na área de biocombustíveis, assinado em 2007 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, em São Paulo.
O acordo de quatro anos atrás não chegava a mencionar o bioquerosene, mas previa uma ampla cooperação para estabelecer padrões de produção para o etanol e, dessa forma, garantir a qualificação do produto como uma commodity.
Um dos tópicos de maior interesse do Brasil era a possível abertura do mercado norte-americano para a importação de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, como alternativa ao uso de combustível fóssil, o que acabou não ocorrendo como esperado.

Australiana Mirabela investe US$ 800 mi em níquel no Brasil

A Mirabela Mineração do Brasil, subsidiária do grupo empresarial australiano Mirabela Nickel, começa a exportar o primeiro carregamento de 8 mil toneladas de concentrado de níquel. O destino é uma unidade finlandesa da multinacional russa Norilsk, a maior produtora de níquel do mundo. A carga, avaliada em US$ 30 milhões, foi embarcada esta semana pelo porto do Malhado, em Ilhéus, na Bahia, a 140 quilômetros da mina de níquel de Santa Rita, de propriedade da empresa. Até agora, os fundos de investimentos estrangeiros que controlam a matriz, entre eles o Perpetual e um fundo do JPMorgan, já investiram US$ 800 milhões no empreendimento.
O diretor-presidente da Mirabela do Brasil, Luis Carlos Nepomuceno, que teve passagens pela Vale e pela Magnesita, disse ao Valor que no momento está sendo concluido o investimento de implantação e operação da mina e a construção da unidade de beneficiamento para produzir o concentrado. “Até 2012 a Mirabela deverá estar produzindo 25 mil toneladas de níquel contido. O metal é produzido a partir das reservas de níquel sulfetado de Santa Rita.”
Segundo Nepomuceno, só há dois tipos de níquel no mundo: o laterítico e o sulfetado. O último é o mais raro e mais interessante, economicamente, porque o investimento é mais baixo e o custo de produção também, pois o processo para obter o concentrado é mais simples do que o laterítico.
“A mina a céu aberto da Mirabela é a maior descoberta de níquel sulfetado do mundo nos últimos 20 anos, desde a Voyce’s Bay, da Vale Inco, no Canadá”, informou o executivo. Com reservas provadas somando 120 milhões de toneladas de níquel sulfetado, Santa Rita tem vida útil de pelo menos 20 anos, o que a coloca como a segunda maior do mundo neste ranking, depois da mina da Vale Inco. No Brasil, além do projeto Mirabela, o níquel sulfetado é produzido também na mina da Votorantim, em Fortaleza de Minas (Minas Gerais), e na mina da Americana do Brasil, em Goiás.
Com 28 anos de experiência em atividade mineradora, Nepomuceno desenha um cenário otimista para o produto. “O mundo hoje tem uma demanda forte pelo concentrado de níquel. O metal é matéria prima para fazer o níquel refinado, usado principalmente na siderurgia. “Todo tipo de aço que não pode ter corrosão leva níquel, como o aço inox.”

Plano nacional deve sair no fim do ano

Júlio Kettelhut: PNRH revisado deverá incluir um elenco de cerca de 50 ações prioritárias, conforme indicado pelas oficinas regionais já realizadas
Em fase de revisão desde a segunda metade do ano passado, quando foi realizada uma primeira bateria de oficinas regionais para discussão das diretrizes que deverão ser aplicadas ao setor entre 2012 e 2015, o novo Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) deverá sair do forno no final deste ano, segundo expectativa do diretor de recursos hídricos e ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA), Júlio Thadeu Silva Kettelhut.
As 12 oficinas promovidas pelo ministério entre agosto e outubro de 2010 permitiram o levantamento das demandas e a coleta de informações sobre as regiões hidrográficas em todo o país. Os dados passam agora a ser organizados e sistematizados por consultores especialmente contratados pelo MMA. A fase seguinte, prevista para este ano, inclui a realização de dois grandes seminários nacionais e duas oficinas, incluindo uma final, para consolidação do PNRH, previstos para João Pessoa, Brasília e Fortaleza. Na pauta, questões como as relações entre água e desenvolvimento econômico, mudanças climáticas e seus impactos sobre os recursos hídricos, vazão ecológica e ecorregiões aquáticas – conceitos sugeridos pela The Nature Conservancy (TNC), nos dois últimos casos.
“Estamos trabalhando os conceitos de vazão ambiental, ecorregiões e pegada hídrica com o MMA há dois anos”, ressalta o coordenador de estratégias para água doce da TNC no Brasil, Albano Araújo. Um dos propósitos é o de estabelecer uma política de vazão ambiental para todo o país, prescrevendo os limites de interferência e de vazão que deverão ser aplicados a cada bacia hidrográfica, de forma a minimizar impactos sobre os ecossistemas regionais.
“Quando você constrói uma barragem ou realiza qualquer interferência num curso d’água, isso altera o regime de vazões, com a liberação de mais águas nas secas e de menor volume no período de chuvas, trazendo consequências devastadoras sobre os ecossistemas”, observa Araújo. Em articulação com o MMA, a TNC sugere que sejam estabelecidos limites de vazão para todas as regiões hidrográficas, a partir da consolidação de um hidrograma aplicável às diversas épocas do ano.

Iniciativas da indústria já diminuem o desperdício

Passeto: “País movimenta 100 milhões de toneladas de entulho por ano e 20 vezes mais desse volume de água
Acusados de serem os maiores desperdiçadores de água do país, setores da indústria já se conscientizaram dos danos provocados ao meio ambiente, e correm atrás de soluções para abrandar o problema. Entidades de classe investem em pesquisas, novas tecnologias, criam manuais de boas práticas, indicadores de rentabilidade e disseminam experiências bem-sucedidas aos seus associados na tentativa de estancar perdas.
A busca de parceria com órgãos governamentais também tem sido uma das ferramentas para diminuir o excesso de consumo. E nem sempre reduzir o uso de água significa ter de investir muito. Às vezes soluções simples já evitam abusos. Substituir as tradicionais torneiras de abrir e fechar pelas de válvula automática, adotar técnicas de reúso e até desenvolver uma nova fórmula para goma – insumo usado na fabricação de tecidos – pode gerar economia relevante.
“O setor têxtil, apesar de consumir muita água, é uma das indústrias que mais adotam o reúso, e saiu na frente ao criar uma cultura de medição de indicadores ambientais de desempenho”, garante Eduardo San Martin, diretor de meio ambiente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral (Sinditêxtil/SP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Em parceria com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, no âmbito da Câmara Ambiental do Setor Têxtil, i sindicato criou um manual explicativo há quase uma década para a obtenção e aplicação de dados, a fim de quantificar e qualificar o desempenho ecológico das indústrias. “Com a adoção de uma cultura de medição de indicadores é possível construir uma visão de futuro, aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos”, comenta.

Acordo prevê bioquerosene para aviões nesta década

A parceria que Brasil e Estados Unidos estão firmando para o desenvolvimento e a produção de biocombustível especificamente para uso na aviação civil é fruto de uma ação que envolve algumas das maiores empresas dos dois países. Os resultados concretos dessas pesquisas – isto é, a fabricação e o uso em escala mundial – podem chegar ao mercado ainda nesta década.
“A perspectiva é de começo de produção em escala global em médio prazo, entre os próximos cinco a dez anos”, explicou Guilherme Freire, diretor de Meio Ambiente da Embraer.
A fabricante brasileira de aviões participa de uma das pesquisas mais avançadas na produção de biocombustível para aviação. Além da Embraer, o projeto envolve no Brasil a Azul Linhas Aéreas – companhia do empresário David Neeleman que opera no Brasil desde 2008 – e, nos Estados Unidos, a Amyris (empresa do setor de biotecnologia com sede da Califórnia) e a General Electric (GE), gigante americana do setor elétrico.
O trabalho conjunto das empresas prevê o voo experimental de um jato E-Jet no primeiro semestre de 2012. O projeto consiste no desenvolvimento de tecnologia de produção de bioquerosene para aviação a partir da fermentação da sacarose – proveniente da palha e da ponta de cana-de-açúcar, do milho e de outras fontes vegetais.
Outra experiência prestes a receber a certificação internacional envolve a transformação de biomassa – pinhão-manso, camelina, babaçu e alga marinha – em bioquerosene. A dificuldade da aplicação dessa tecnologia está na necessidade de produção em escala dessas fontes de biomassa. Em princípio, Estados Unidos e Brasil poderão atuar juntos nesse campo, com apoio dos respectivos governos.
Acordo. O anúncio dessa parceria específica para o setor de aviação civil estará amparado pelo Memorando de Entendimento na área de biocombustíveis, assinado em 2007 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, em São Paulo.
O acordo de quatro anos atrás não chegava a mencionar o bioquerosene, mas previa uma ampla cooperação para estabelecer padrões de produção para o etanol e, dessa forma, garantir a qualificação do produto como uma commodity.
Um dos tópicos de maior interesse do Brasil era a possível abertura do mercado norte-americano para a importação de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, como alternativa ao uso de combustível fóssil, o que acabou não ocorrendo como esperado.

Mineradoras brasileiras evitam atrofia com altos investimentos em tecnologia

A sustentabilidade nos negócios assume novas dimensões. Não é possível operar um projeto mineral sem considerar água, emissão de CO2, preservação ambiental e responsabilidade social.
Para fazer frente a isso, as mineradoras investem crescentemente em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P,D&I).
Essa é a conclusão do recente 2º Congresso Brasileiro de Mineração, encerrado no dia 25 de novembro em Belém (PA), com especialistas de vários países.
No Brasil, as grandes mineradoras aplicam cerca de 0,5% de seu faturamento anual em P,D&I.
Embora esse volume permita um bom desempenho à mineração, ele poderia ser maior, de modo a elevar ainda mais a produtividade e a competitividade e, portanto, os reflexos positivos sobre o valor da produção.
No caminho, há os obstáculos da realidade brasileira: alta carga tributária, infraestrutura e mão de obra insuficientes, burocracia, restrições a atividades produtivas ainda que sustentáveis em áreas protegidas, falta de mapeamento geológico em cerca de 70% do território nacional, bem como o alto custo do frete para o transporte dos bens minerais exportados.
Além de ganhos à produção, o investimento em tecnologia promove o aprimoramento da saúde e a segurança no trabalho, das iniciativas de responsabilidade social e de preservação e conservação ambiental, fatores que, se não considerados, podem inviabilizar um projeto mineral.
Assim, tecnologias resultantes de P,D&I, de cunho social e ambiental, são aplicadas ao planejamento mineral, de modo a dotar as comunidades de instrumentos para buscar o desenvolvimento socioeconômico após o encerramento dos projetos. É com P,D&I que a maior operação de minério de ferro da Vale, em Carajás (PA), dobrará de produção.
Será a primeira em larga escala, no mundo, de minério de ferro sem usar caminhões, ou seja, menor custo e menor impacto ambiental, diminuição drástica da emissão de CO2.

Indústria do plástico reavalia as estratégias para incluir o verde

Nunes: “Vamos iniciar a produção de polipropileno de etanol em 2013″
As embalagens de plástico, cada vez mais consumidas mundialmente, e responsabilizadas, nos últimos anos, por boa parte da poluição do planeta, devem atingir no Brasil neste ano uma produção de 2,3 milhões de toneladas, 10% acima de 2009. Elas absorvem 40% de todo o plástico transformado no país para abastecer um terço do mercado de embalagens em geral. “Recuperamos o ritmo de antes da crise e esperamos crescer 7% nos próximos anos”, anuncia José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
A maior alavanca desse desempenho continua sendo a combinação do baixo custo de produção à extraordinária versatilidade dessa matéria-prima, que pode assumir os formatos e consistências mais diversos. “Mesmo num ano de queda de consumo, como o de 2009, o plástico foi menos afetado pois acabou substituindo materiais mais caros”, explica Coelho.
Ele reconhece, porém, que a receita para o setor seguir crescendo acima do PIB, no Brasil e no mundo, hoje passa por uma preocupação com a sustentabilidade, exigida pelos consumidores. “Todas as matérias-primas estão sendo revistas, para gerar o mínimo de lixo possível, até porque não há como conter as demandas crescentes nos países emergentes, sobretudo na China e na Índia”, completa.
Para ampliar sua participação no mercado, as indústrias de embalagens plásticas investem cada vez mais na diversificação dos produtos, procurando ao mesmo tempo aliviar, de alguma forma, a sua “pegada de carbono”. A maneira mais comum de fazer isso é reaproveitando material reciclado na confecção de novas embalagens.
Mas há empresas que apostam em alternativas verdes, como as fórmulas biodegradáveis à base de fécula de mandioca e o plástico produzido a partir do etanol. Dona do mercado de resinas termoplásticas, a Braskem foi responsável pelo ressurgimento do plástico de etanol, ao otimizar o seu processo de fabricação em 2007. Em setembro, a empresa inaugurou uma planta piloto em sua fábrica em Triunfo (RS), resultado de investimento de R$ 500 milhões, com capacidade para produzir 200 mil toneladas/ano.

As certezas da inovação e da sustentabilidade

A falta de investimentos em inovação pode nos levar a questionar a consistência e a continuidade dos bons resultados da economia brasileira nos próximos anos. Ou seja, nosso desenvolvimento econômico não está assegurado apesar da justificada onda de otimismo atual. De fato, os números comprovam nossa modesta posição em Inovação. A última Pintec 2005 (Pesquisa de Inovação Tecnológica/IBGE) revelou que menos de 5 mil empresas fazem pesquisa e desenvolvimento de forma contínua no Brasil demonstrando esforço consistente e estruturado em Inovação. Isso é insuficiente frente às ambições do Brasil.
As soluções para alavancar o esforço insuficiente em P&D nas empresas brasileiras têm apontado para a necessidade de políticas públicas mais ousadas e abrangentes. É certo que os programas de governo de estímulo à Inovação têm se mostrado relativamente limitados nos seus resultados embora sejam extremamente amplos e consistentes nos seus propósitos. Mas, em que pesem as sempre possíveis e desejáveis evoluções das políticas públicas, um fato novo pode estar surgindo no ambiente da Inovação com impactos significativos, tanto no posicionamento concorrencial das empresas brasileiras no cenário internacional quanto na formulação de políticas públicas para o País.
Segundo pesquisa realizada da Câmara Americana de Comércio (Amcham) com suas associadas, uma em cada três empresas tem a Sustentabilidade como um dos elementos essenciais para seus negócios. O levantamento foi apresentado em novembro de 2009, em São Paulo, no evento em homenagem aos vencedores do Prêmio Eco 2009, iniciativa realizada em parceria pelo Valor e pela Amcham. Para os organizadores do evento, inovação com foco na sustentabilidade foi o principal aspecto dos 89 trabalhos de 75 empresas que concorreram ao prêmio. Fica clara, assim, a forte ligação entre sustentabilidade e inovação. Essa proximidade não é casual. Na prática, os dois conceitos são indissociáveis. E, o percurso da inovação pode, finalmente, beneficiar-se desse atalho representado pela sustentabilidade. Esperemos, também, que esse novo caminho seja menos sujeito a ciclos e instabilidades.
Toda atividade econômica impacta o meio ambiente. No entanto esse assunto vem assumindo importância crescente nos últimos tempos por duas razões principais: pela dimensão e abrangência cada vez maior desse impacto e pela conscientização da população dos impactos causados pela atividade humana ao meio ambiente. Esse contexto estimula ações que reduzam ou mesmo eliminem impactos ambientais indesejáveis. Marcos regulatórios mais restritivos vêm se consolidando como elemento importante nesse caminho rumo à sustentabilidade. Mas, é interessante notar também que as empresas estão se antecipando às exigências legais e desenvolvendo soluções completas que garantam o respeito ao ambiente e à preservação do planeta.

Mineradoras brasileiras evitam atrofia com altos investimentos em tecnologia

A sustentabilidade nos negócios assume novas dimensões. Não é possível operar um projeto mineral sem considerar água, emissão de CO2, preservação ambiental e responsabilidade social.
Para fazer frente a isso, as mineradoras investem crescentemente em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P,D&I).
Essa é a conclusão do recente 2º Congresso Brasileiro de Mineração, encerrado no dia 25 de novembro em Belém (PA), com especialistas de vários países.
No Brasil, as grandes mineradoras aplicam cerca de 0,5% de seu faturamento anual em P,D&I.
Embora esse volume permita um bom desempenho à mineração, ele poderia ser maior, de modo a elevar ainda mais a produtividade e a competitividade e, portanto, os reflexos positivos sobre o valor da produção.
No caminho, há os obstáculos da realidade brasileira: alta carga tributária, infraestrutura e mão de obra insuficientes, burocracia, restrições a atividades produtivas ainda que sustentáveis em áreas protegidas, falta de mapeamento geológico em cerca de 70% do território nacional, bem como o alto custo do frete para o transporte dos bens minerais exportados.
Além de ganhos à produção, o investimento em tecnologia promove o aprimoramento da saúde e a segurança no trabalho, das iniciativas de responsabilidade social e de preservação e conservação ambiental, fatores que, se não considerados, podem inviabilizar um projeto mineral.
Assim, tecnologias resultantes de P,D&I, de cunho social e ambiental, são aplicadas ao planejamento mineral, de modo a dotar as comunidades de instrumentos para buscar o desenvolvimento socioeconômico após o encerramento dos projetos. É com P,D&I que a maior operação de minério de ferro da Vale, em Carajás (PA), dobrará de produção.
Será a primeira em larga escala, no mundo, de minério de ferro sem usar caminhões, ou seja, menor custo e menor impacto ambiental, diminuição drástica da emissão de CO2.

Indústria do plástico reavalia as estratégias para incluir o verde

Nunes: “Vamos iniciar a produção de polipropileno de etanol em 2013″
As embalagens de plástico, cada vez mais consumidas mundialmente, e responsabilizadas, nos últimos anos, por boa parte da poluição do planeta, devem atingir no Brasil neste ano uma produção de 2,3 milhões de toneladas, 10% acima de 2009. Elas absorvem 40% de todo o plástico transformado no país para abastecer um terço do mercado de embalagens em geral. “Recuperamos o ritmo de antes da crise e esperamos crescer 7% nos próximos anos”, anuncia José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
A maior alavanca desse desempenho continua sendo a combinação do baixo custo de produção à extraordinária versatilidade dessa matéria-prima, que pode assumir os formatos e consistências mais diversos. “Mesmo num ano de queda de consumo, como o de 2009, o plástico foi menos afetado pois acabou substituindo materiais mais caros”, explica Coelho.
Ele reconhece, porém, que a receita para o setor seguir crescendo acima do PIB, no Brasil e no mundo, hoje passa por uma preocupação com a sustentabilidade, exigida pelos consumidores. “Todas as matérias-primas estão sendo revistas, para gerar o mínimo de lixo possível, até porque não há como conter as demandas crescentes nos países emergentes, sobretudo na China e na Índia”, completa.
Para ampliar sua participação no mercado, as indústrias de embalagens plásticas investem cada vez mais na diversificação dos produtos, procurando ao mesmo tempo aliviar, de alguma forma, a sua “pegada de carbono”. A maneira mais comum de fazer isso é reaproveitando material reciclado na confecção de novas embalagens.
Mas há empresas que apostam em alternativas verdes, como as fórmulas biodegradáveis à base de fécula de mandioca e o plástico produzido a partir do etanol. Dona do mercado de resinas termoplásticas, a Braskem foi responsável pelo ressurgimento do plástico de etanol, ao otimizar o seu processo de fabricação em 2007. Em setembro, a empresa inaugurou uma planta piloto em sua fábrica em Triunfo (RS), resultado de investimento de R$ 500 milhões, com capacidade para produzir 200 mil toneladas/ano.

As certezas da inovação e da sustentabilidade

A falta de investimentos em inovação pode nos levar a questionar a consistência e a continuidade dos bons resultados da economia brasileira nos próximos anos. Ou seja, nosso desenvolvimento econômico não está assegurado apesar da justificada onda de otimismo atual. De fato, os números comprovam nossa modesta posição em Inovação. A última Pintec 2005 (Pesquisa de Inovação Tecnológica/IBGE) revelou que menos de 5 mil empresas fazem pesquisa e desenvolvimento de forma contínua no Brasil demonstrando esforço consistente e estruturado em Inovação. Isso é insuficiente frente às ambições do Brasil.
As soluções para alavancar o esforço insuficiente em P&D nas empresas brasileiras têm apontado para a necessidade de políticas públicas mais ousadas e abrangentes. É certo que os programas de governo de estímulo à Inovação têm se mostrado relativamente limitados nos seus resultados embora sejam extremamente amplos e consistentes nos seus propósitos. Mas, em que pesem as sempre possíveis e desejáveis evoluções das políticas públicas, um fato novo pode estar surgindo no ambiente da Inovação com impactos significativos, tanto no posicionamento concorrencial das empresas brasileiras no cenário internacional quanto na formulação de políticas públicas para o País.
Segundo pesquisa realizada da Câmara Americana de Comércio (Amcham) com suas associadas, uma em cada três empresas tem a Sustentabilidade como um dos elementos essenciais para seus negócios. O levantamento foi apresentado em novembro de 2009, em São Paulo, no evento em homenagem aos vencedores do Prêmio Eco 2009, iniciativa realizada em parceria pelo Valor e pela Amcham. Para os organizadores do evento, inovação com foco na sustentabilidade foi o principal aspecto dos 89 trabalhos de 75 empresas que concorreram ao prêmio. Fica clara, assim, a forte ligação entre sustentabilidade e inovação. Essa proximidade não é casual. Na prática, os dois conceitos são indissociáveis. E, o percurso da inovação pode, finalmente, beneficiar-se desse atalho representado pela sustentabilidade. Esperemos, também, que esse novo caminho seja menos sujeito a ciclos e instabilidades.
Toda atividade econômica impacta o meio ambiente. No entanto esse assunto vem assumindo importância crescente nos últimos tempos por duas razões principais: pela dimensão e abrangência cada vez maior desse impacto e pela conscientização da população dos impactos causados pela atividade humana ao meio ambiente. Esse contexto estimula ações que reduzam ou mesmo eliminem impactos ambientais indesejáveis. Marcos regulatórios mais restritivos vêm se consolidando como elemento importante nesse caminho rumo à sustentabilidade. Mas, é interessante notar também que as empresas estão se antecipando às exigências legais e desenvolvendo soluções completas que garantam o respeito ao ambiente e à preservação do planeta.

Suape e ferrovias aceleram movimentação econômica

Porto de Suape: investimentos previstos, em parte com recursos do PAC 2, chegam a R$ 2,6 bilhões em quatro anos
O Nordeste está em franca expansão econômica por vários razões. A estabilização e o crescimento da economia, os programas sociais, a ascensão das classes médias emergentes são algumas delas. Outra, fundamental, são investimentos estruturantes, que deixam raízes e provocam efeito cascata positivo. Movimentam uma série de setores e impulsionam a economia local, gerando emprego, renda e tributos. Entre esses investimentos destacam-se o Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, e algumas ferrovias em construção, projeto ou expansão, como a Transnordestina e a Norte-Sul, a Oeste-Leste e a Estrada de Ferro Carajás.
O Complexo de Suape é um dos melhores exemplos. Para os próximos quatro anos, os investimentos previstos, parte deles com recursos do PAC 2, chegam a R$ 2,6 bilhões. “Além de recursos federais, teremos recursos do Estado, do próprio complexo e também financiamentos”, diz o vice-presidente do complexo de Suape, Sidnei Aires. O dinheiro será aplicado em obras de dragagem, criação de mais atracadouros e novos acessos rodoviários, a partir de 2011.
Além de receber mais e maiores navios, o complexo se prepara para atender à demanda da ferrovia Transnordestina, que liga Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE). Segundo Aires, no primeiro semestre do ano que vem serão licitadas obras para que a iniciativa privada erga três novos terminais, um deles ferroviário para receber cargas da Transnordestina. Outro terminal será dedicado a minérios e um terceiro abrigará contêineres. “Estimamos cada um deles em algo entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões”, diz o executivo. A previsão é concluir os três até o fim de 2013.
Aires frisa que Suape integra a logística com a atividade industrial na mesma área. E está localizado no meio do Nordeste, podendo alcançar, em um raio de 800 km para cima e para baixo, cerca de 90% do PIB da região. “Além disso, temos posição privilegiada em relação a diversos continentes”, diz. Por essas vantagens, o complexo tem atraído investimentos. Ele ressalta que há três projetos fundamentais em curso: a construção da refinaria Abreu e Lima da Petrobras, a Petroquímica Suape e a expansão do Estaleiro Atlântico Sul.
A Transnordestina é um projeto da Transnordestina Logística, empresa ligada à Companhia Siderúrgica Nacional , avaliado em R$ 5,4 bilhões. Começou em 2006 e até agora está pronto apenas um primeiro trecho de 100 km, ligando Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE). Prevê-se a conclusão para 2013. O potencial é de geração de cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos, segundo o Banco do Nordeste, que repassa recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste ao empreendimento.

Parques eólicos permitirão venda de energia

O vento está soprando a favor do Rio Grande do Norte: até 2013 o Estado receberá 69 parques eólicos, que demandarão investimento de R$ 8 bilhões e o tornarão “exportador” de energia renovável para outros Estados brasileiros. Mas, se o governo estadual não for bem sucedido na tarefa de atrair fornecedores para o setor, os potiguares correm o risco de entrar apenas com o vento nesse negócio de bilhões. “As obras já iniciadas do PAC não conseguiram dar impulso à economia porque os equipamentos e materiais empregados vêm de outros Estados”, diz o economista Odair Lopes Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. “O impacto fica restrito ao pagamento de salários.”
O governo do Estado, porém, está se esforçando para tirar o melhor proveito dos investimentos em energia eólica, que representam quase um quarto do PIB potiguar de 2008, de R$ 25,5 bilhões.
Francisco Cipriano Segundo de Paula, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, explica que o governo criou um programa de apoio à indústria que prevê descontos no ICMS de acordo com a capacidade da empresa de criar empregos. Outro incentivo é o programa Progás, que pode isentar a indústria de parte do pagamento da conta do gás.
Segundo De Paula, o governo também está trabalhando para que os investimentos se espalhem pelo interior do Estado – que tem menos de 53 mil km2 de área e cerca de 3,2 milhões de habitantes. Mas os projetos do PAC não vão nessa direção, como lembra Garcia, apesar dos benefícios que acarretarão. Concentram-se na capital e cidades próximas e na região de Mossoró, onde está a Petrobras.
As obras do PAC incluem a ampliação do porto de Natal (a segunda desde 2008, com investimento total de mais de R$ 200 milhões) e a construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal (cerca de R$ 36 milhões). Essas obras possibilitarão ao Rio Grande do Norte receber embarcações de grande porte, inclusive internacionais, para recolher seus valiosos atuns, dos quais é o maior produtor e exportador do país. Também ficará perto de Natal, em Macaíba, cidade com um parque industrial expressivo, uma das duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) que o Estado planeja construir.

Suape e ferrovias aceleram movimentação econômica

Porto de Suape: investimentos previstos, em parte com recursos do PAC 2, chegam a R$ 2,6 bilhões em quatro anos
O Nordeste está em franca expansão econômica por vários razões. A estabilização e o crescimento da economia, os programas sociais, a ascensão das classes médias emergentes são algumas delas. Outra, fundamental, são investimentos estruturantes, que deixam raízes e provocam efeito cascata positivo. Movimentam uma série de setores e impulsionam a economia local, gerando emprego, renda e tributos. Entre esses investimentos destacam-se o Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, e algumas ferrovias em construção, projeto ou expansão, como a Transnordestina e a Norte-Sul, a Oeste-Leste e a Estrada de Ferro Carajás.
O Complexo de Suape é um dos melhores exemplos. Para os próximos quatro anos, os investimentos previstos, parte deles com recursos do PAC 2, chegam a R$ 2,6 bilhões. “Além de recursos federais, teremos recursos do Estado, do próprio complexo e também financiamentos”, diz o vice-presidente do complexo de Suape, Sidnei Aires. O dinheiro será aplicado em obras de dragagem, criação de mais atracadouros e novos acessos rodoviários, a partir de 2011.
Além de receber mais e maiores navios, o complexo se prepara para atender à demanda da ferrovia Transnordestina, que liga Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE). Segundo Aires, no primeiro semestre do ano que vem serão licitadas obras para que a iniciativa privada erga três novos terminais, um deles ferroviário para receber cargas da Transnordestina. Outro terminal será dedicado a minérios e um terceiro abrigará contêineres. “Estimamos cada um deles em algo entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões”, diz o executivo. A previsão é concluir os três até o fim de 2013.
Aires frisa que Suape integra a logística com a atividade industrial na mesma área. E está localizado no meio do Nordeste, podendo alcançar, em um raio de 800 km para cima e para baixo, cerca de 90% do PIB da região. “Além disso, temos posição privilegiada em relação a diversos continentes”, diz. Por essas vantagens, o complexo tem atraído investimentos. Ele ressalta que há três projetos fundamentais em curso: a construção da refinaria Abreu e Lima da Petrobras, a Petroquímica Suape e a expansão do Estaleiro Atlântico Sul.
A Transnordestina é um projeto da Transnordestina Logística, empresa ligada à Companhia Siderúrgica Nacional , avaliado em R$ 5,4 bilhões. Começou em 2006 e até agora está pronto apenas um primeiro trecho de 100 km, ligando Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE). Prevê-se a conclusão para 2013. O potencial é de geração de cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos, segundo o Banco do Nordeste, que repassa recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste ao empreendimento.

Parques eólicos permitirão venda de energia

O vento está soprando a favor do Rio Grande do Norte: até 2013 o Estado receberá 69 parques eólicos, que demandarão investimento de R$ 8 bilhões e o tornarão “exportador” de energia renovável para outros Estados brasileiros. Mas, se o governo estadual não for bem sucedido na tarefa de atrair fornecedores para o setor, os potiguares correm o risco de entrar apenas com o vento nesse negócio de bilhões. “As obras já iniciadas do PAC não conseguiram dar impulso à economia porque os equipamentos e materiais empregados vêm de outros Estados”, diz o economista Odair Lopes Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. “O impacto fica restrito ao pagamento de salários.”
O governo do Estado, porém, está se esforçando para tirar o melhor proveito dos investimentos em energia eólica, que representam quase um quarto do PIB potiguar de 2008, de R$ 25,5 bilhões.
Francisco Cipriano Segundo de Paula, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, explica que o governo criou um programa de apoio à indústria que prevê descontos no ICMS de acordo com a capacidade da empresa de criar empregos. Outro incentivo é o programa Progás, que pode isentar a indústria de parte do pagamento da conta do gás.
Segundo De Paula, o governo também está trabalhando para que os investimentos se espalhem pelo interior do Estado – que tem menos de 53 mil km2 de área e cerca de 3,2 milhões de habitantes. Mas os projetos do PAC não vão nessa direção, como lembra Garcia, apesar dos benefícios que acarretarão. Concentram-se na capital e cidades próximas e na região de Mossoró, onde está a Petrobras.
As obras do PAC incluem a ampliação do porto de Natal (a segunda desde 2008, com investimento total de mais de R$ 200 milhões) e a construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal (cerca de R$ 36 milhões). Essas obras possibilitarão ao Rio Grande do Norte receber embarcações de grande porte, inclusive internacionais, para recolher seus valiosos atuns, dos quais é o maior produtor e exportador do país. Também ficará perto de Natal, em Macaíba, cidade com um parque industrial expressivo, uma das duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) que o Estado planeja construir.

LEILÃO FECHA 2010 COMO O ANO DA ENERGIA RENOVÁVEL

Governo derrubou ontem à noite liminar que excluía a hidrelétrica de Teles Pires (MT) na disputa de hoje. Usina a ser construída entre MT e PA é o principal projeto do leilão, com capacidade instalada de 1.820 MW.
O governo federal pretende encerrar o ano de 2010 com mais um leilão de energia de fontes renováveis.
Depois de ter conseguido conceder o polêmico projeto da usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), e contratar energia de biomassa, eólica e de pequenas centrais hidrelétrica neste ano, o governo realiza hoje o leilão da usina Teles Pires.
O projeto da hidrelétrica tem capacidade total de 1.820 MW e fica na divisa entre os Estados do Pará e de Mato Grosso. A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu derrubar ontem, no início da noite, no TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília, uma liminar da Justiça Federal do Pará que impedia a inclusão da usina no leilão de hoje.
A liminar tinha cassado a LP (licença prévia) de Teles Pires -sem a LP, um projeto não pode ir a leilão.
A banca de advogados do governo montou uma operação de guerrilha, como a que criou no leilão de Belo Monte, realizado em abril deste ano. A AGU montou grupos para acompanhar qualquer ação que tente inviabilizar o leilão de hoje.
Além de Teles Pires, o leilão de hoje inclui as usinas de Estreito e Cachoeira, no rio Parnaíba (PI), e Santo Antônio do Jari, no rio Jari (AP).
Outras cinco PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) foram habilitadas e podem participar do leilão. Juntas, essas usinas somam 87 MW de potência instalada.
O plano inicial do governo era licitar um conjunto de usinas cuja capacidade total era de 3.923 MW. Isso não será possível.
Entre todos os projetos habilitados, o governo conseguiu incluir nessa disputa hidrelétricas que possuem potência total de 2.380 MW. A questão é que esse volume só será concedido se Teles Pires, a principal do leilão de hoje, for incluída.

LEILÃO FECHA 2010 COMO O ANO DA ENERGIA RENOVÁVEL

Governo derrubou ontem à noite liminar que excluía a hidrelétrica de Teles Pires (MT) na disputa de hoje. Usina a ser construída entre MT e PA é o principal projeto do leilão, com capacidade instalada de 1.820 MW.
O governo federal pretende encerrar o ano de 2010 com mais um leilão de energia de fontes renováveis.
Depois de ter conseguido conceder o polêmico projeto da usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), e contratar energia de biomassa, eólica e de pequenas centrais hidrelétrica neste ano, o governo realiza hoje o leilão da usina Teles Pires.
O projeto da hidrelétrica tem capacidade total de 1.820 MW e fica na divisa entre os Estados do Pará e de Mato Grosso. A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu derrubar ontem, no início da noite, no TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília, uma liminar da Justiça Federal do Pará que impedia a inclusão da usina no leilão de hoje.
A liminar tinha cassado a LP (licença prévia) de Teles Pires -sem a LP, um projeto não pode ir a leilão.
A banca de advogados do governo montou uma operação de guerrilha, como a que criou no leilão de Belo Monte, realizado em abril deste ano. A AGU montou grupos para acompanhar qualquer ação que tente inviabilizar o leilão de hoje.
Além de Teles Pires, o leilão de hoje inclui as usinas de Estreito e Cachoeira, no rio Parnaíba (PI), e Santo Antônio do Jari, no rio Jari (AP).
Outras cinco PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) foram habilitadas e podem participar do leilão. Juntas, essas usinas somam 87 MW de potência instalada.
O plano inicial do governo era licitar um conjunto de usinas cuja capacidade total era de 3.923 MW. Isso não será possível.
Entre todos os projetos habilitados, o governo conseguiu incluir nessa disputa hidrelétricas que possuem potência total de 2.380 MW. A questão é que esse volume só será concedido se Teles Pires, a principal do leilão de hoje, for incluída.

Palha no solo de canavial reduz emissões de CO2, diz pesquisa

Em tempos em que até show de rock tenta reduzir as emissões de gás carbônico, um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal diz que deixar a palha no solo dos canaviais minimiza as emissões de CO2.
A pesquisa fez medições em um canavial no interior de São Paulo, com a ajuda de um aparelho que detecta as variações de CO2.
No experimento, a plantação foi dividida em três áreas”"uma coberta com 100% de palha, outra com metade e a terceira com o chão nu.
A conclusão é que as áreas cobertas com palha emitiram 400 quilos menos carbono, o que corresponde a quase 1.500 kg de CO2. Isso significa uma redução de cerca de 20% nas emissões, comparadas à área sem palha.
O cálculo considera as emissões do diesel usado pelas máquinas no campo, dos fertilizantes sintéticos e do calcário aplicado na terra.
Colheitadeira trabalha em lavoura de cana forrada com a palha da planta em fazenda de Pontal, no interior de SP
A tese de Newton La Scala Júnior, coordenador do trabalho, é que, mantendo a palha no chão, o produtor pode compensar as emissões.
“O que não sabíamos é que a simples retirada da palha causa emissões tão altas de CO2″, diz o cientista.
Na prática, a palha tem sido cada vez mais usada para a cogeração de energia.
Em geral, as usinas que fazem cogeração usam cerca de 70% da palha do chão para transformá-la energia, de acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).
Além disso, lavouras que não geram energia, mas ficam em lugares que têm muita umidade, normalmente retiram toda a palha do solo.
No experimento, o chão forrado com 100% de palha e com metade desse material deixaram de emitir quantidade semelhante de CO2.
Mas, na opinião de La Scala, o ideal é deixar toda a palha, pois com o tempo o solo pode ficar descoberto.

Palha no solo de canavial reduz emissões de CO2, diz pesquisa

Em tempos em que até show de rock tenta reduzir as emissões de gás carbônico, um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal diz que deixar a palha no solo dos canaviais minimiza as emissões de CO2.
A pesquisa fez medições em um canavial no interior de São Paulo, com a ajuda de um aparelho que detecta as variações de CO2.
No experimento, a plantação foi dividida em três áreas”"uma coberta com 100% de palha, outra com metade e a terceira com o chão nu.
A conclusão é que as áreas cobertas com palha emitiram 400 quilos menos carbono, o que corresponde a quase 1.500 kg de CO2. Isso significa uma redução de cerca de 20% nas emissões, comparadas à área sem palha.
O cálculo considera as emissões do diesel usado pelas máquinas no campo, dos fertilizantes sintéticos e do calcário aplicado na terra.
Colheitadeira trabalha em lavoura de cana forrada com a palha da planta em fazenda de Pontal, no interior de SP
A tese de Newton La Scala Júnior, coordenador do trabalho, é que, mantendo a palha no chão, o produtor pode compensar as emissões.
“O que não sabíamos é que a simples retirada da palha causa emissões tão altas de CO2″, diz o cientista.
Na prática, a palha tem sido cada vez mais usada para a cogeração de energia.
Em geral, as usinas que fazem cogeração usam cerca de 70% da palha do chão para transformá-la energia, de acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).
Além disso, lavouras que não geram energia, mas ficam em lugares que têm muita umidade, normalmente retiram toda a palha do solo.
No experimento, o chão forrado com 100% de palha e com metade desse material deixaram de emitir quantidade semelhante de CO2.
Mas, na opinião de La Scala, o ideal é deixar toda a palha, pois com o tempo o solo pode ficar descoberto.

Eólicas impulsionam negócios no setor

Até dois anos atrás, a Makro Engenharia, empresa sediada em Fortaleza, Ceará, tinha 15 funcionários contratados para cuidar da logística dos equipamentos pesados de energia eólica. O transporte das pás e das turbinas dos aerogeradores era realizado por cinco caminhões de grande porte, comprados especialmente para essa missão. Hoje, o pequeno departamento virou uma divisão de negócios.
Já são 250 funcionários. A frota de caminhões saltou para 30 unidades e outros 20 foram encomendados para o ano que vem. Os quatro guindastes usados nas operações ganharam um reforço, com a aquisição de mais duas máquinas. Dos serviços de transporte, a Makro passou a fazer também a montagem mecânica e elétrica das turbinas. Para apoiar a operação, a empresa comprou uma área de 100 mil metros quadrados, que será usada para o armazenamento de componentes.
O diretor comercial da Makro, David Rodrigues, afirma que em breve a divisão será convertida em uma companhia independente, especializada no entorno dos negócios da geração de energia eólica – desde o transporte de equipamentos à entrega completa da usina. “Esse mercado está explodindo. Entregamos 50 torres até agora, mas já fechamos pedidos para mais 250, que serão instaladas até 2012.”
Por trás das ambições dessa empresa cearense está a movimentação de mercado que receberá investimentos de R$ 25 bilhões nos próximos dois anos. Essa indústria do vento não tem atraído apenas fabricantes internacionais de aerogeradores, que estão montando sua bases no país. Uma cadeia de empresas de todos os portes já se armou ao redor do mercado eólico. E está crescendo rápido.