sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Reinvenção da Roda

Por João Paulo Oliveira de Freitas

A junção do design com a engenharia pode trazer grandes avanços. O projeto da “roda fora de estrada” é um bom exemplo desse casamento científico.



É difícil imaginar como foi a criação de um dos maiores inventos da História: a roda. Há muitas cenas fictícias que mostram aquele tradicional homem das cavernas lapidando umas pedras e de repente “eureka!”. Mas hoje não vivemos mais em cavernas e os inventores estão longe de serem rústicos. A tecnologia domina, a engenharia constrói e o design lapida.


Esse casamento entre a construção e a lapidação faz sucesso. É o caso da reinvenção da roda. Pode parecer estranho, mas isso foi possível. O projeto é de um brasileiro, Osmar Vicente Rodrigues, professor de desenho industrial na UNESP de Bauru.


Vicente defende a idéia de projetar uma roda capaz de mudar seu formado, adequando-se ao terreno que enfrenta. O projeto de doutorado, desenvolvido entre 2004 e 2008 no Royal College of Art (RCA), de Londres, um dos mais renomados centros de pesquisa em design do mundo, ganhou, na Inglaterra, o apelido de pumplon wheel.


O termo pumplon, fusão das palavras pumpkin (abóbora, do tipo moranga) e melon(melão) já mostra o funcionamento da invenção. Com diâmetro máximo e largura mínima, a roda ganha o formato de moranga; na situação inversa, o de melão. Apesar do apelido em inglês, o pesquisador prefere chamá-la de “roda fora de estrada”.


A roda é capaz de enfrentar areia fofa, flutuar na água e passar por lama. Tudo sob acionamento do motorista.


A desvantagem é o preço. O projeto pode sair em torno de 2,5 milhões de reais, mas segundo Osmar, se o investidor já tiver parque fabril, o custo pode cair para 1,7 milhão. A idéia é começar a trabalhar no protótipo em 2010 e para isso já está contatando algumas empresas.




Referência bibliográfica:


Revista Unesp Ciência, dezembro 2009.
http://www.unesp.br/aci/revista/ed04/pdf/UC_04_Quem01.pdf

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