segunda-feira, 30 de maio de 2011

Acordo prevê bioquerosene para aviões nesta década

A parceria que Brasil e Estados Unidos estão firmando para o desenvolvimento e a produção de biocombustível especificamente para uso na aviação civil é fruto de uma ação que envolve algumas das maiores empresas dos dois países. Os resultados concretos dessas pesquisas – isto é, a fabricação e o uso em escala mundial – podem chegar ao mercado ainda nesta década.
“A perspectiva é de começo de produção em escala global em médio prazo, entre os próximos cinco a dez anos”, explicou Guilherme Freire, diretor de Meio Ambiente da Embraer.
A fabricante brasileira de aviões participa de uma das pesquisas mais avançadas na produção de biocombustível para aviação. Além da Embraer, o projeto envolve no Brasil a Azul Linhas Aéreas – companhia do empresário David Neeleman que opera no Brasil desde 2008 – e, nos Estados Unidos, a Amyris (empresa do setor de biotecnologia com sede da Califórnia) e a General Electric (GE), gigante americana do setor elétrico.
O trabalho conjunto das empresas prevê o voo experimental de um jato E-Jet no primeiro semestre de 2012. O projeto consiste no desenvolvimento de tecnologia de produção de bioquerosene para aviação a partir da fermentação da sacarose – proveniente da palha e da ponta de cana-de-açúcar, do milho e de outras fontes vegetais.
Outra experiência prestes a receber a certificação internacional envolve a transformação de biomassa – pinhão-manso, camelina, babaçu e alga marinha – em bioquerosene. A dificuldade da aplicação dessa tecnologia está na necessidade de produção em escala dessas fontes de biomassa. Em princípio, Estados Unidos e Brasil poderão atuar juntos nesse campo, com apoio dos respectivos governos.
Acordo. O anúncio dessa parceria específica para o setor de aviação civil estará amparado pelo Memorando de Entendimento na área de biocombustíveis, assinado em 2007 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, em São Paulo.
O acordo de quatro anos atrás não chegava a mencionar o bioquerosene, mas previa uma ampla cooperação para estabelecer padrões de produção para o etanol e, dessa forma, garantir a qualificação do produto como uma commodity.
Um dos tópicos de maior interesse do Brasil era a possível abertura do mercado norte-americano para a importação de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, como alternativa ao uso de combustível fóssil, o que acabou não ocorrendo como esperado.

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