segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reino Unido vai fundar banco “verde”

O governo britânico divulgou ontem planos para criar o primeiro banco de investimento “verde” com apoio estatal do mundo – uma plataforma política essencial na transição do país para uma economia de baixa emissão de gás carbônico.
O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, disse que o banco começará a funcionar em abril e de início se concentrará em investimentos em áreas como energia eólica na plataforma continental, tratamento de lixo e eficiência energética não residencial.
O banco será capitalizado com injeção inicial de 3 bilhões de libras esterlinas (US$ 4,8 bilhões) dos cofres do Tesouro britânico, mas terá independência do órgão e poderá captar nos mercados de capitais e do setor privado a partir de 2015.
Clegg disse esperar que o banco invista cerca de 15 bilhões de libras na economia “verde” nos próximos quatro anos.
“O banco tem por objetivo servir de ponte entre o capital de risco e a economia verde, fornecer investimento para financiar infraestrutura de baixa emissão de carbono e preparar as fundações para crescimento equilibrado de longo prazo”, afirmou Clegg, líder do partido Liberal Democrata, que integra a coalizão de governo liderada pelos conservadores.
“Em menos de dois anos, o banco de investimento verde passará de [apenas] uma ideia a [uma fonte de] fluxos de investimento e crescerá rapidamente para tornar-se uma instituição independente de investimento e, então, de captação”, acrescentou, destacando que a instituição representa “um compromisso político extraordinário”, em um momento no qual o governo corta bilhões de dólares em gastos para reduzir a pesada dívida nacional.
Clegg disse que o mercado mundial para bens e serviços ambientais e de baixa emissão de gás carbônico valia 3,2 trilhões de libras em 2008/2009 e a previsão é de que continue a mostrar forte crescimento.
Muitos países possuem bancos de desenvolvimento, mas o Reino Unido será o primeiro a ter um banco nacional dedicado à economia verde.
Os planos anunciados por Clegg incluem algumas concessões importantes aos críticos, que temiam ver o banco excessivamente controlado pelo Tesouro, cuja ideia era dar permissão para a instituição captar apenas do governo.
Os críticos diziam que se o banco não pudesse captar dos mercados de captais não teria condições de oferecer o investimento necessário em tecnologias de baixas emissões.

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