segunda-feira, 30 de maio de 2011

Energia renovável vira negócio de grandes investidores

Brasil registra 2 ciclos de expansão da geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis. O primeiro, no final dos anos 90, foi baseado em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O segundo, em curso, caracteriza-se pela expansão dos parques eólicos. Além das fontes, conjuntura econômica e mecanismos de formação de preços distinguem um ciclo e outro, determinando, inclusive, o perfil do investidor.
As PCHs foram erguidas em um período de refluxo na construção das hidrelétricas de médio e grande porte, que perderam sua atratividade para os grandes investidores em função das dificuldades na obtenção de licenciamento e da pressão da opinião pública contra o impacto socioambiental. Nesse vácuo, entraram os pequenos empreendedores estimulados pela garantia de venda da produção para o programa federal ProInfa, pelo qual a Eletrobrás adquiria, por um preço prefixado e subsidiado, a energia elétrica produzida. O Proinfa também era válido para as demais fontes renováveis, mas à época as eólicas tinham baixa competitividade em função do alto custo dos equipamentos e do pouco conhecimento existente no País sobre o regime dos ventos. Ambos aumentavam significativamente o risco econômico/financeiro dos projetos e coibiam a obtenção de financiamentos.
Nos últimos dois anos, porém, houve sensível alteração na conjuntura. A partir da crise econômica de 2009, o preço dos equipamentos para eólicas, que já estava em declínio em função do avanço tecnológico (que permitiu a produção em escala), recuou significativamente. Isso porque um dos desdobramentos da crise foi a redução do ritmo de construção de parques eólicos nos EUA e países europeus – o que provocou a retração da demanda pelos equipamentos. Esse movimento não beneficiou as PCHs, que têm na construção civil o maior item de custo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário