sábado, 28 de maio de 2011

Processar lixo com segurança será negócio de alto valor agregado

Se as empresas brasileiras ainda têm dificuldade em levar seus produtos até os consumidores, agora terão de criar uma logística completa para retirá-los, tempos depois, das casas deles e levá-los de volta à indústria, a chamada logística reversa.
A única experiência dessa no Brasil é o serviço de saneamento, que leva água potável ao consumidor e retira simultaneamente o esgoto.
Uma das últimas leis sancionadas pelo então presidente Lula, o marco regulatório dos resíduos sólidos estabelece responsabilidades e determina que todos os entes da economia -indústria, comércio, consumidor e poder público- cuidem, proporcionalmente ao benefício obtido, dos respectivos dejetos.
A indústria que produz, por exemplo, bebida engarrafada vai ter de se responsabilizar por retirar essa embalagem de circulação.
Mas não fará tudo sozinha: o consumidor terá de participar da coleta seletiva; o comércio terá de disponibilizar pontos de coleta; as prefeituras terão de escoar o lixo e a indústria terá de utilizar esse dejeto como matéria-prima.
E tudo isso deverá ser viável economicamente, funcionando sem subsídios. Se possível, implementado sem multas e punições, mas por meio de acordos setoriais amplos, que envolvam cadeias inteiras da indústria.
Mais do que uma imposição em favor das próximas gerações, o beneficiamento e o processamento de resíduos sólidos serão dos negócios mais rentáveis e de maior valor agregado no futuro.
Retirar, separar, compactar e dar um fim saudável -e legalmente seguro, evitando processos- para resíduos de diferentes toxicidades será um serviço caro, essencial, que empregará profissionais especializados e criará riqueza. Na China, uma das maiores fortunas foi criada por Yan Cheung, “importadora” e recicladora de papelão dos EUA e da Europa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário