Se as empresas brasileiras ainda têm dificuldade em levar seus produtos até os consumidores, agora terão de criar uma logística completa para retirá-los, tempos depois, das casas deles e levá-los de volta à indústria, a chamada logística reversa.
A única experiência dessa no Brasil é o serviço de saneamento, que leva água potável ao consumidor e retira simultaneamente o esgoto.
Uma das últimas leis sancionadas pelo então presidente Lula, o marco regulatório dos resíduos sólidos estabelece responsabilidades e determina que todos os entes da economia -indústria, comércio, consumidor e poder público- cuidem, proporcionalmente ao benefício obtido, dos respectivos dejetos.
A indústria que produz, por exemplo, bebida engarrafada vai ter de se responsabilizar por retirar essa embalagem de circulação.
Mas não fará tudo sozinha: o consumidor terá de participar da coleta seletiva; o comércio terá de disponibilizar pontos de coleta; as prefeituras terão de escoar o lixo e a indústria terá de utilizar esse dejeto como matéria-prima.
E tudo isso deverá ser viável economicamente, funcionando sem subsídios. Se possível, implementado sem multas e punições, mas por meio de acordos setoriais amplos, que envolvam cadeias inteiras da indústria.
Mais do que uma imposição em favor das próximas gerações, o beneficiamento e o processamento de resíduos sólidos serão dos negócios mais rentáveis e de maior valor agregado no futuro.
Retirar, separar, compactar e dar um fim saudável -e legalmente seguro, evitando processos- para resíduos de diferentes toxicidades será um serviço caro, essencial, que empregará profissionais especializados e criará riqueza. Na China, uma das maiores fortunas foi criada por Yan Cheung, “importadora” e recicladora de papelão dos EUA e da Europa.
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