sábado, 28 de maio de 2011

Londres adota meta ambiciosa de emissões

O Reino Unido se comprometeu a adotar um conjunto ambicioso de metas para reduzir as emissões de gases associados ao aquecimento global, mas disse que irá rever suas promessas se medidas deixarem os britânicos fora de sintonia com outros países da União Europeia.
Chris Huhne, secretário de Energia, disse que até 2027 o objetivo é reduzir à metade as emissões de gases de efeito estufa em relação ao que era registrado em 1990. As emissões já caíram 27% desde 1990, em parte devido à recessão.
O compromisso, que tem força de lei, coloca o Reino Unido à frente de muitos países desenvolvidos, inclusive da UE, que até agora comprometeu-se, até 2020, a um corte de 20% nas emissões a partir dos níveis de 1990.
Cedendo a entidades representativas de setores da economia para os quais as metas criam o risco de as empresas britânicas tornarem-se menos competitivas, Huhne esboçou o que alguns chamaram de “botão de emergência”: um compromisso no sentido de reavaliar as metas no início de 2014 para verificar como elas se comparam com as metas de emissões da UE.
“Se nesse momento nossas metas nacionais nos colocarem em trajetória de emissões distinta da trajetória do sistema de comercialização de emissões acordadas pela UE, então, conforme apropriado, reveremos o nosso orçamento para alinhá-lo com a trajetória real da UE”, disse ele.
Além disso, Huhne prometeu que antes do fim do ano o governo anunciará medidas para ajudar os setores que usam energia de maneira intensa a ajustarem-se à “adoção de práticas industriais de baixo carbono”.
Mas alguns analistas dizem que mudanças muito maiores podem ser necessárias.
“Para cumprir uma meta dessa escala, o governo britânico precisaria adotar políticas de redução de emissões mais radicais do que as praticadas atualmente”, disse Stig Schjølset, analista sênior da consultoria Point Carbon.
Isto terá “consequências enormes para os custos energéticos”, disse ele. Entre os custos estão “captura e armazenamento de carbono obrigatório para todas as principais geradoras de eletricidade, uma grande migração para energias renováveis e de origem nuclear, associadas a uma mudança em âmbito nacional para biocombustíveis e suo de veículos elétricos no setor de transportes”.
O Grupo Aldersgate, que reúne empresas e grupos ambientalistas, entre os quais o Bank of America, o Merrill Lynch e a Cable & Wireless, saudou o anúncio de Huhne, dizendo que ele “dará maior segurança às empresas para que invistam em tecnologias verdes e criem empregos”.
O anúncio das metas foi feito depois de uma reunião dos ministros do primeiro-ministro, David Cameron, para avaliar se as metas prejudicariam o desempenho da economia.
Mas empresas pertencentes à EEF – entidade que representa o setor industrial britânico – disseram que as metas no orçamento de carbono foram “uma decisão ruim” e pediram que o governo a reverta automaticamente das novas metas se não houver um acordo europeu de adoção de metas mais ambiciosas até 2014. ”
Essa é uma decisão ruim para a indústria”, criticou Terry Scuoler, executivo-chefe da entidade. Para ele, o governo tem de agir rápido para criar políticas que evitem que as metas minem a competitividade das empresas do país.
Entre grupos ambientalistas, a maioria recebeu a iniciativa de modo positivo.

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