segunda-feira, 30 de maio de 2011

Australiana Mirabela investe US$ 800 mi em níquel no Brasil

A Mirabela Mineração do Brasil, subsidiária do grupo empresarial australiano Mirabela Nickel, começa a exportar o primeiro carregamento de 8 mil toneladas de concentrado de níquel. O destino é uma unidade finlandesa da multinacional russa Norilsk, a maior produtora de níquel do mundo. A carga, avaliada em US$ 30 milhões, foi embarcada esta semana pelo porto do Malhado, em Ilhéus, na Bahia, a 140 quilômetros da mina de níquel de Santa Rita, de propriedade da empresa. Até agora, os fundos de investimentos estrangeiros que controlam a matriz, entre eles o Perpetual e um fundo do JPMorgan, já investiram US$ 800 milhões no empreendimento.
O diretor-presidente da Mirabela do Brasil, Luis Carlos Nepomuceno, que teve passagens pela Vale e pela Magnesita, disse ao Valor que no momento está sendo concluido o investimento de implantação e operação da mina e a construção da unidade de beneficiamento para produzir o concentrado. “Até 2012 a Mirabela deverá estar produzindo 25 mil toneladas de níquel contido. O metal é produzido a partir das reservas de níquel sulfetado de Santa Rita.”
Segundo Nepomuceno, só há dois tipos de níquel no mundo: o laterítico e o sulfetado. O último é o mais raro e mais interessante, economicamente, porque o investimento é mais baixo e o custo de produção também, pois o processo para obter o concentrado é mais simples do que o laterítico.
“A mina a céu aberto da Mirabela é a maior descoberta de níquel sulfetado do mundo nos últimos 20 anos, desde a Voyce’s Bay, da Vale Inco, no Canadá”, informou o executivo. Com reservas provadas somando 120 milhões de toneladas de níquel sulfetado, Santa Rita tem vida útil de pelo menos 20 anos, o que a coloca como a segunda maior do mundo neste ranking, depois da mina da Vale Inco. No Brasil, além do projeto Mirabela, o níquel sulfetado é produzido também na mina da Votorantim, em Fortaleza de Minas (Minas Gerais), e na mina da Americana do Brasil, em Goiás.
Com 28 anos de experiência em atividade mineradora, Nepomuceno desenha um cenário otimista para o produto. “O mundo hoje tem uma demanda forte pelo concentrado de níquel. O metal é matéria prima para fazer o níquel refinado, usado principalmente na siderurgia. “Todo tipo de aço que não pode ter corrosão leva níquel, como o aço inox.”

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