segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bioeletricidade vai ter fatia maior na matriz energética

Embora a oferta de energia renovável tenha aumentado razoavelmente entre 2000 e 2010, período em que a participação dessa fonte passou de 41% para 48% – os restantes 52% ainda são de energia não renovável -, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que essa fatia ficará nesse patamar nos próximos nove anos. Mesmo assim, a expansão (contratada mais planejada) de fontes alternativas entre 2010 e 2019, em termos de acréscimo de potência instalada, está estimada em 14.655 MW, o equivalente a pouco mais de três usinas hidrelétricas de Belo Monte.
Desse total, 5.400 MW (37%) devem vir da geração de biomassa, superando a da eólica (36%) e a das PCH (27%), de acordo com estimativas apontadas no último Plano Decenal de Energia do governo. Isso quer dizer que o momento parece ser favorável para atrair investidores de peso para a geração de energia de biomassa, principalmente de bagaço de cana de açúcar. Mas a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) avalia que o momento aponta apenas para reformas e modernizações de usinas existentes, e não para novos projetos, já que isso exigiria soluções urgentes para uma série de entraves relacionados à conexão, à sustentabilidade e a questões fiscais e de financiamento.
Atualmente, das 434 usinas de açúcar e de álcool em operação no país, apenas 100 (23%) exportam energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN). Em São Paulo, Estado mais importante no cenário sucroalcooleiro, esse percentual é um pouco maior. De 182 usinas, 54 (30%) exportam sua energia ao sistema. “Ainda é muito pouco, diante do que poderia ser produzido e exportado”, avalia Zilmar José de Souza, assessor de Bioeletricidade da Unica. A própria EPE reconhece que, em relação ao volume total de bagaço produzido no Brasil, a quantidade de energia elétrica excedente comercializada a partir desse insumo ainda é muito pequena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário